domingo, 8 de maio de 2011

À minha mãe...Soraia

Não tenho muito o que dizer, exceto o que você já sabe: Mãe, te amo muito!
Todos os anos em que te digo "Feliz dia das mães" ainda estão longe de conseguir expressar o quanto quero mesmo que você seja feliz, a cada dia de sua vida.
Meus sentimentos por você são os mais puros possíveis, no entanto esse ano algo está um pouco diferente. Te amo ainda mais porque é somente agora que estou começando a entender melhor o tamanho do amor que você sempre teve por mim, pois agora também estou prestes a ser mãe e já estou sentindo na pele toda a preocupação, o querer bem a um filho, o cuidado, a confusão de sensações, a sensibilidade, a ternura e o real amor.
Mãe, quero mais um ano te agradecer por tudo, principalmente por ter me dado a vida. E quero agradecer a Deus por ter escolhido você para ser minha mãe.
Cada tristeza sua é também a minha, assim como cada alegria sua é também a minha e cada sorriso seu é também o meu.
Fique feliz com tudo o que a vida te deu e sinta-se agradecida por ter tantas pessoas que te amam tanto ao seu redor, pois sei que filha biológica você tem somente a mim, mas tem muitos outros filhos de coração por aí que também tem você como mãe de coração deles, e isso é para pouquíssimas pessoas, e você é uma dessas poucas.
Todos os dias são seus, mas hoje apenas quis prestar essa humilde homenagem a você.
Te amo!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Para Arthur

Te amo como se sempre houvesse te amado.
O amor mais puro e sublime que jamais imaginei um dia sentir.
Amor que perdura e não muda mesmo sem ter a menor ideia de como ou quem você será, física ou psicologicamente.
Não sei o quão perfeito você será, se vai ou não dar muito trabalho, se me fará passar longas horas em claro ou não.
Não sei se quando criança será quieto ou bagunceiro, esperto ou nem tanto, se vai mais chorar do que rir ou mais falar do que ouvir.
Não posso ter certeza sobre o que você vai pensar ou como vai enxergar a vida. Ainda assim, vou me esforçar para que a enxergue com entusiasmo, serenidade e bondade na alma.
Farei o melhor possível para mostrar o aspecto positivo da vida.
Darei o melhor de mim para que você se sinta amado, confortável e acolhido nesse mundo tão grande e tão fácil de se perder.
Farei um enorme esforço para encontrar o tão necessário equilíbrio entre te proteger mas não tirar-lhe o dom dado a cada humano por Deus de ter sua liberdade e encontrar seu próprio lugar.
Esse amor me faz sentir felicidade mesmo a cada movimento dolorido que você faz dentro de mim, pois isso me dá a certeza de que você está vivo e bem.
Não me importo com nenhum mal-estar se isso quiser dizer o mesmo que o seu bem-estar.
Amar você é ter os olhos cheios de lágrimas só de ver cada roupinha sua que te aguarda aqui fora e imaginá-lo dentro delas. É não ver a hora de tê-lo em meus braços, mas dividida pela ideia de que aqui dentro você está mais seguro do que nesse mundão afora tão complicado.
Amar você é sentir que já te conheço há muito tempo, mesmo que isso pareça bobeira. É ouvir uma música e chorar de emoção pensando em você, ver uma imagem ou ler um texto que parecem expressar um pouco do meu amor e ter o coração transbordando de ternura.
É sentir essa vida que é você dentro de mim e por isso me sentir mais viva do que nunca.
É pensar bem antes de comer ou fazer o que quer que seja, por saber que tenho a enorme responsabilidade de te gerar.
Amo você e por isso não lembro mais de como era minha barriga antes de você vivendo nela e não me importo em como era minha vida antes de você entrar nela.
Amo você e por isso agora sei o que é o tão falado amor de mãe, que mesmo sem nunca ter visto seu rostinho te quero tão bem, como nunca quis nem a mim mesma.
Amar você é sentir algo que já faz todo meu mundo girar ao seu redor, pois simplesmente não conheço outra maneira de me sentir.
Meu filhinho, amar você é ter que finalmente crer em um mundo melhor, já que agora você fará parte dele. É descobrir que se pode ter mais fé em Deus, pois não há outro jeito, já que é nítida a sensação de que você não me pertence, mas vem através de mim por um sopro e criação totalmente Dele. Por isso, tenho-o como um presente sagrado que me foi confiado por determinado tempo. Assim posso dizer que você é o bem mais precioso que eu poderia ter.
Amo você, de forma tão sublime que essas palavras apenas tentam expressar um pouco do quanto.
Amar você é transbordar de emoção a ponto de precisar exteriorizar isso de alguma forma, mesmo sendo com um simples papel e caneta.
É amar assim, de um jeito simples e feliz, puro e intenso, sereno e eterno.
Amar você é não ter nenhuma ideia de se o seu amor por mim será um dia tão puro, tão profundo e tão eterno como o meu amor já é por você mesmo antes de nascer, pois esta sim é a minha maior certeza: meu filho, te amo incondicionalmente.  

22 de Abril de 2011 - grávida de 7 meses do meu amado filho Arthur.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O manto diáfano da fantasia

Estive hoje juntando os pedaços de conversas, trechos, devaneios, sensações, ideias.
Percebo cada vez mais o quanto a falta de autenticidade me incomoda em uma pessoa.
Não sei até quando manterei a ideia de que "Seja o que for, faça o que fizer, mas seja você mesmo", posto que a prática de tal ideia pode muitas vezes, principalmente no mundo em que vivemos, gerar situações constrangedoras e até fatais. Penso que o ser humano deveria então tentar atingir um meio termo. Não escrachar mas também não dissimular. Desagradar quando necessário mas sempre com uma dose de sutileza em sua razão. Agradar quando necessário mas prestando atenção para não passar do ponto.
Contudo, o que aborrece são pessoas que não medem suas atitudes, não são reais nem para si mesmas, que diria então para outros. Dissimulam frases, olhares, atitudes, e o que é mais absurdo, ideias.
Têm certo tipo de pensamento em relação a algo ou a alguém, mas um medo terrível que nem elas mesmas sabem de que, de exteriorizar isso, e não para qualquer um, mas sim para quem realmente interessa. É fácil criticar pelas costas, o duro é dar a cara à tapa, é dizer o que sente, o que se pensa para quem realmente interessa. Será que é tão difícil não ter medo de outro ser humano? É que quando se expressa opiniões, logo se é confundido com um "do contra", ou até "polêmico"....pelo simples fato de não se dizer exatamente o que se esperava ser ouvido.
Pois fico com a verdade, vejo-a mais limpa do que a dissimulação, mesmo quando está crua. Pois estando crua, pode ser feia, mas ainda assim está natural, já que não foi contaminada pelo colorido e pela beleza de ingredientes como o tempero e o corante, que a princípio alegram os olhos e aguçam o paladar e os sentidos, todavia passado certo tempo podem causar males irreversíveis à digestão e ao estômago, devido ao seu artificialismo.
Queiramos ou não, saibamos ou não como ela é, a verdade sempre estará lá, na maioria das vezes escondida atrás de um véu muito sutil. É tão difícil reconhecer isso? Sim.
Não sei até quando terei certo tipo de pensamento sobre a verdade, já que só não muda de ideia quem não as tem. Apenas a sinto desta forma no atual momento da vida.
Não me refiro neste texto a uma verdade suprema, ideológica, etc...pois isso estamos todos cansados de saber que é relativo a cada ser humano. Falo sobre a verdade cotidiana, essa mesma que muitas vezes não paramos para pensar sobre porque perdemos tempo justamente querendo encontrar a verdade suprema fora de nós em algum lugar do universo, quando na verdade basta olharmos sinceramente para dentro e a encontraremos. Digo a verdade de caráter, de compromisso, não a de fidelidade (já que é mais fácil um cão ser fiel a um humano do que outro humano) mas a de LEALDADE, de sinceridade para com alguém, a do dom de ser transparente.
Isso foi um desabafo alheio. Sim, pois até onde eu saiba, não faltaram com a verdade comigo recentemente, e mesmo que o tenham feito, sou daquelas pessoas que sentem pena de quem pratica tal ato e não do alvo, pois ainda creio que o bem mais precioso que existe é poder encostar-se no travesseiro e dormir em paz a noite. Mas vejo certas coisas ao meu redor e fico simplesmente pasma, na maioria das vezes práticas de pessoas contra outras pessoas consideradas "próximas".
No entanto, aqui jaz mais uma vez o paradoxo da vida. Por que estou eu desabafando para um computador ao invés de vomitar ideias em quem interessa? Talvez porque além de tudo, para qualquer coisa há um momento certo na vida. Outra explicação: em algumas situações o silêncio diz mais que palavras. Terceira: talvez não seja eu quem deva dizer algo, se é que algo deve ser dito.
A quarta e última resposta será ilustrada através de uma frase totalmente relacionada a crença na tal lei do retorno, na qual nem que se passe muito tempo, talvez até uma vida inteira, as ilusões todas cairão:
"Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez forte da verdade."
Trecho do livro de Fernando Sabino, "A Nudez da verdade".

Seres humanos me assombram.

sábado, 25 de setembro de 2010

"Escolha viver. Escolha um emprego.













Escolha uma carreira, uma família.













Escolha uma televisão enorme.













Escolha lavadoras, carros, CD players e abridores de latas elétricos.













Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário.













Escolha uma hipoteca a juros fixos.













Escolha sua primeira casa.













Escolha seus amigos. 













Escolha roupas, esporte e malas combinando. 













Escolha um terno numa variedade de tecidos.













Escolha fazer consertos em casa e pensar na vida domingo de manhã.













Escolha sentar-se no sofá e ficar vendo game shows chatos na TV comendo porcaria. 













Escolha apodrecer no final, beber num lar que envergonha os filhos egoístas que pôs no mundo para substituí-lo. Escolha o seu futuro. Escolha viver. Mas por que eu iria querer algo assim?

Eu escolhi não escolher a vida. Eu escolhi algo mais. 
E as razões?
Não há razões."
Filme Trainspotting - Sem limites.





Porque hoje é sábado e eu lembrei do passado. No passado o sábado era para mim um dia de consumismo. Comer fora, ser bonita, ir ao cinema, comprar roupa, sentir a vida. Ainda sinto a vida, creio que com mais intensidade, pois a sinto de forma diferente, mais consciente, talvez. Não que antes pensava ou fazia algo errado, apenas diferente. E essa diferença é crucial para que eu a sinta agora com mais autenticidade. 
Até que ponto e o quanto temos que consumir para sermos felizes? Queremos mesmo consumir ou estamos apenas sendo guiados pelo tipo de sistema vigente? PRECISAMOS mesmo da TV ou computador de última geração, do carro do ano, ou apenas fomos programados para nos tornar seres iguais àquilo que nos dias de hoje mais admiramos: máquinas que com um botão são ligadas e desligadas de acordo com os anseios de quem as manipula através de um controle remoto chamado "mídia"? Não estou dando respostas, mesmo porque não sei se as tenho. É que simplesmente de todas as opções do texto acima, escolho a opção que lá não existe, a do "deixar-se pensar".
Muitas pessoas através dos tempos foram contra o consumismo exacerbado que está impregnado no mundo, grupos de contra-cultura que o digam, como os punks, só para citar um dos exemplos, e no entanto após um tempo ficou muito claro que mesmo estes e vários outros simplesmente acabaram por se inserir também dentro daquilo que começaram criticando. Este é o paradoxo da vida. Será que ainda existem ideologias realmente puras, fortes e ou verdadeiras? Ou estaríamos apenas vivendo o efêmero? 
Queremos mesmo sair de balada à noite, ter o máximo possível de mulheres bonitas para depois contar aos amigos e assim nos auto-afirmarmos, fazer bem o trabalho para mostrar serviço e sorrir sempre para as pessoas? Ou às vezes queremos sair e fazer algo louco no meio do dia sem se importar com as consequências, simplesmente correr para o mar, mergulhar numa cachoeira, ser carrancudo porque não está bem no dia ou simplesmente não falar nada? 
É possível que daqui a um tempo o pecado seja alguém ser si mesmo, mesmo que em constante evolução. A autenticidade vai cada vez mais sendo substituída pelo padrão e pela uniformidade, mesmo quando temos a falsa impressão de que não.
É lógico que consumo, não mais do que antes, mas sim, consumo, muitas vezes sem nenhuma necessidade, inclusive. Seria hipocrisia demais deixar de admitir. Por outro lado, quem disse que as pessoas não se contradizem às vezes? E principalmente, que não podem discutir e refletir sobre seus próprios erros? 
Insanidades são coisas interessantes de se compartilhar.

"Para pertencermos a algo grande, devemos antes ser nós mesmos."
Princípio Wicca.




                                              

































quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Oestre, Ostara, Easter, Esther...?

Tem início hoje no hemisfério sul do mundo a Primavera, particularmente minha estação predileta. No Brasil isso não fica tão evidente assim como em países do hemisfério norte (onde a estação tem início em março), mas a beleza do colorido, das flores e natureza em geral dessa época me trazem uma real renovação. No paganismo celebrava-se e no neo-paganismo celebra-se muito essa época, com reverência à deusa chamada em algumas regiões por Ostara, em outras Oestre, de onde no final das contas originou-se a palavra Easter (Páscoa em inglês), já que tal festividade Cristã é comemorada na mesma época do equinócio de primavera do hemisfério norte. O coelho da Páscoa que, muitas vezes reverenciamos sem saber que na realidade era a representação da fertilidade no paganismo, assim como a deusa Easter; assim como os tais ovos de Páscoa tão gostosos que comemos sem relacionar com a também representação da fertilidade, onde tudo se renova, flores renascem, a comida fica mais farta novamente e o frio e escuro da estação mais fria do ano davam lugar ao calor e  à luz da primavera. Não é por menos que a data era tão celebrada em uma época onde pessoas e animais morriam frequentemente de fome no inverno. Por que não celebrá-la nos dias de hoje também?
Segundo teorias mais ousadas, Oestre também originou o nome e a personagem Esther, da bíblia. Se formos averiguar na história, a teoria é ousada mas faz sentido, pois podemos ver muitos outros índices de sincretismos religiosos por todos os lados, por que então não seria esse mais um? Não sei.....verdade ou mito....faz sentido.
As bênçãos da deusa!

"Você não pode provar uma definição. O que você pode fazer é mostrar que ela faz sentido".
Albert Einstein.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Bipolaridade

Resolvi escrever sobre o que penso dos opostos com base em um princípio pelo qual tenho grande simpatia.
"Existe um princípio criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio surgiram as duas grandes polaridades que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida."
Princípio Wicca.
Não vou ficar aqui dando definições sobre o que é a Wicca, pois além de já existirem vários sites para isso, a definição é o de menos. É uma filosofia que simplesmente acho que faz sentido, pois se olharmos a natureza, em tudo existe o duo, o oposto. Escuridão e luz, fêmea e macho, silênco e som, quente e frio. É lógico que existe o meio termo também, mas mesmo este é originado dos dois opostos. Portanto, por que não uma deusa e um deus? Inicialmente, a ideia pode parecer impensável, mas isso porque levamos ainda em conta todos os nossos preconceitos de uma criação patriarcal e tradicionalista. Aí também entra o medo da dúvida, o medo de pensar, de se desgarrar de um paradigma e pensar na hipótese de uma nova teoria. Não que todas as pessoas tenham que mergulhar sempre em novas ideias, ou em determinadas ideias, mas por que algumas poucas quando o fazem são criticadas e algumas vezes até denominadas "insanas" ou "peculiares"? Talvez porque realmente sejam isso mesmo, insanas e peculiares. Pois bem, nesse momento terei que citar então a melhor frase do melhor documentário que já vi em toda minha vida:
"Não é saudável ser são em um mundo que é doente".
Zeitgeist - O espírito do tempo.

A dúvida

Acredita-se que a dúvida seja um dos principais ingredientes que sempre moveu o homem, além do instinto, é claro. Dúvida, sentimento gerador de criatividade. É graças a ela o surgimento da filosofia, da tecnologia, das religiões. A dúvida causa medo e fascinação ao mesmo tempo, já que  tudo o que dá medo de certa forma fascina, e o que fascina muitas vezes causa medo. E a conclusão disso, é que muitas vezes o homem sente medo de ter dúvida, pois no fundo ele sabe que a mesma o fará querer ir cada vez mais fundo, e ele pode temer o que vai encontrar se continuar cavando até o final do túnel, porém a vontade da descoberta e a fascinação às vezes falam mais alto que a covardia e o medo. Sim, covardia. Pois é preciso ser forte para arriscar encontrar respostas que nos fazem quebrar nossos paradigmas, sair de nosso mundo muitas vezes "cor-de-rosa" e de nossa vida pacata, segura, mas algumas vezes, medíocre. Por isso a dúvida é um dos mais doces paradoxos que existem, assim como quase tudo na vida. Causadora de sentimentos tão antagônicos, que repeli, mas atrai.

O nome do blog não é por acaso, já que aqui é para pessoas de ideias variadas, até mesmo polêmicas, que gostam de discutir numa boa e levantar hipóteses, mas que não têm muitas certezas na vida, já que a certeza não nos impulsiona, creio, tampouco atrai. Portanto, ideias "a ferro e fogo" aqui até são bem-vindas e toleradas, mas não levadas tão a sério, o que é pior.
Para fechar vou citar dois caras que me fascinam porque sempre os associei a um ponto de interrogação no ar, assim como eu mesma:

"Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"
Raul Seixas.

"O lugar mais seguro para o barco é o porto, mas é para isso que ele foi feito?"
Paulo Coelho, em "O diário de um mago".