sábado, 25 de setembro de 2010

"Escolha viver. Escolha um emprego.













Escolha uma carreira, uma família.













Escolha uma televisão enorme.













Escolha lavadoras, carros, CD players e abridores de latas elétricos.













Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário.













Escolha uma hipoteca a juros fixos.













Escolha sua primeira casa.













Escolha seus amigos. 













Escolha roupas, esporte e malas combinando. 













Escolha um terno numa variedade de tecidos.













Escolha fazer consertos em casa e pensar na vida domingo de manhã.













Escolha sentar-se no sofá e ficar vendo game shows chatos na TV comendo porcaria. 













Escolha apodrecer no final, beber num lar que envergonha os filhos egoístas que pôs no mundo para substituí-lo. Escolha o seu futuro. Escolha viver. Mas por que eu iria querer algo assim?

Eu escolhi não escolher a vida. Eu escolhi algo mais. 
E as razões?
Não há razões."
Filme Trainspotting - Sem limites.





Porque hoje é sábado e eu lembrei do passado. No passado o sábado era para mim um dia de consumismo. Comer fora, ser bonita, ir ao cinema, comprar roupa, sentir a vida. Ainda sinto a vida, creio que com mais intensidade, pois a sinto de forma diferente, mais consciente, talvez. Não que antes pensava ou fazia algo errado, apenas diferente. E essa diferença é crucial para que eu a sinta agora com mais autenticidade. 
Até que ponto e o quanto temos que consumir para sermos felizes? Queremos mesmo consumir ou estamos apenas sendo guiados pelo tipo de sistema vigente? PRECISAMOS mesmo da TV ou computador de última geração, do carro do ano, ou apenas fomos programados para nos tornar seres iguais àquilo que nos dias de hoje mais admiramos: máquinas que com um botão são ligadas e desligadas de acordo com os anseios de quem as manipula através de um controle remoto chamado "mídia"? Não estou dando respostas, mesmo porque não sei se as tenho. É que simplesmente de todas as opções do texto acima, escolho a opção que lá não existe, a do "deixar-se pensar".
Muitas pessoas através dos tempos foram contra o consumismo exacerbado que está impregnado no mundo, grupos de contra-cultura que o digam, como os punks, só para citar um dos exemplos, e no entanto após um tempo ficou muito claro que mesmo estes e vários outros simplesmente acabaram por se inserir também dentro daquilo que começaram criticando. Este é o paradoxo da vida. Será que ainda existem ideologias realmente puras, fortes e ou verdadeiras? Ou estaríamos apenas vivendo o efêmero? 
Queremos mesmo sair de balada à noite, ter o máximo possível de mulheres bonitas para depois contar aos amigos e assim nos auto-afirmarmos, fazer bem o trabalho para mostrar serviço e sorrir sempre para as pessoas? Ou às vezes queremos sair e fazer algo louco no meio do dia sem se importar com as consequências, simplesmente correr para o mar, mergulhar numa cachoeira, ser carrancudo porque não está bem no dia ou simplesmente não falar nada? 
É possível que daqui a um tempo o pecado seja alguém ser si mesmo, mesmo que em constante evolução. A autenticidade vai cada vez mais sendo substituída pelo padrão e pela uniformidade, mesmo quando temos a falsa impressão de que não.
É lógico que consumo, não mais do que antes, mas sim, consumo, muitas vezes sem nenhuma necessidade, inclusive. Seria hipocrisia demais deixar de admitir. Por outro lado, quem disse que as pessoas não se contradizem às vezes? E principalmente, que não podem discutir e refletir sobre seus próprios erros? 
Insanidades são coisas interessantes de se compartilhar.

"Para pertencermos a algo grande, devemos antes ser nós mesmos."
Princípio Wicca.




                                              

































2 comentários:

  1. Bem vivo bem mais a "vida" quando estou relaxando usando a internet,lendo um livro, jogando conversa fora. Onde sigo realmente os principios e lembro que não tenho motivo para me preocupar com coisas que nós rotulamos "grandiosas".

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  2. E mesmo as chamadas "coisas grandiosas" são relativas. O que pode ser grande para uns pode não ser para outros. E mesmo quando temos algo grande em mente temos o arbítrio de fazer ou não parte disso. É só uma questão de escolha.

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